Impactos da covid-19 na população de risco é tema de seminário online

A pandemia de covid-19 impõe alerta importante para um grupo específico de pessoas: os portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

Foto: Agência Brasil

A pandemia de covid-19 impõe alerta importante para um grupo específico de pessoas: os portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), entre elas as cardiovasculares, o diabetes e a hipertensão. Os afetados por essas doenças fazem parte do chamado grupo de risco.

Para debater os impactos da pandemia na atenção básica de saúde e os caminhos para reduzir os efeitos sobre essas doenças, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a Sociedade Brasileira de Hipertensão, o Instituto do Coração e a Agência Tellus estarão reunidos na webinar (seminário online) O Cuidado às DCNTs na Atenção Básica: O Que Muda Com a Pandemia?. O debate será nesta sexta-feira (15), das 14h às 15h. A transmissão será pela internet.

A iniciativa é parte de uma estratégia da Diretoria de Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde para o enfrentamento das doenças crônicas, chamada Cuidando de Todos Contra o Coronavírus. O objetivo é discutir os impactos da pandemia no cuidado com as DCNTs e a possibilidade de redução dos seus efeitos nessas doenças, além de promover conteúdos e informações de utilidade pública com base em evidências e foco nos profissionais do setor e na população em geral.

As doenças crônicas não transmissíveis, com destaque para as cardiovasculares, o diabetes e a hipertensão, têm sido as mais presentes nas condições que evoluem para os casos graves e de óbitos por covid-19. Dados da Secretaria da Saúde mostram que entre os idosos, a doença/condição crônica de maior prevalência em ambos os sexos é a hipertensão (58,8% em mulheres e 49% em homens). O diabetes ocupa o terceiro lugar nos homens com 60 anos ou mais (21,5%) e o sétimo lugar entre as mulheres (23,2%).

“As doenças crônicas têm evolução lenta, muitas vezes passam despercebidas pela população em geral e, algumas vezes, percebidas objetiva ou subjetivamente por manifestações agudas, como numa crise hipertensiva”, alerta o coordenador das Condições Crônicas em Saúde da secretaria, o médico Edmir Peralta.

Durante a pandemia de covid-19, foi estabelecida pela Portaria nº 182/202 a recomendação de que as pessoas com doenças crônicas não transmissíveis devem ser atendidas e acompanhadas nas unidades básicas de Saúde (UBS), segundo a necessidade de cuidados. Ou seja, quem sentir qualquer mal-estar deve procurar uma UBS próxima de casa.

Segundo o médico, os sintomas das doenças cardiovasculares são muito variáveis e dependem do tipo e estágio em que ela se encontra. Vão desde “cansaço, falta de ar durante grandes esforços, inversão do ritmo urinário (diurno/noturno) até sintomas mais graves como dificuldade para respirar, inchaços nas pernas e no corpo, dor no peito, palpitação, síncope, entre outros”.

No diabetes, os sintomas mais comuns são fome frequente, formigamento nos pés e mãos, vontade de urinar diversas vezes, feridas que não cicatrizam, infecções e visão turva. “Como nas doenças cardiovasculares, os sintomas dependem da evolução da doença”, explica Peralta.

Para quem já tem doenças crônicas não transmissíveis, as principais orientações são levar um estilo de vida saudável, para que o tratamento seja efetivo, explica o médico. “Como previsto no protocolo Cuidando de Todos, implantado na Atenção Primária à Saúde, ações voltadas aos fatores de riscos ligados ao comportamento e ao estilo de vida – como sedentarismo, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, alimentação, sobrepeso, obesidade, stress e outros – devem ser considerados na abordagem não medicamentosa e aderência ao tratamento com medicamentos, quando necessário”.

Webinar

A transmissão será pela página no facebook do projeto Cuidando do Seu Coração e contará com a participação dos especialistas Solange Saboia (coordenadora de Vigilância em Saúde-SP), Milton Lapchick (médico do Núcleo Municipal de Controle de Infecção Hospitalar), Edmir Peralta (coordenador das Condições Crônicas em Saúde na Secretaria Municpal) e Luiz Bortolotto (diretor da Unidade de Hipertensão do InCor).