Fala mal posicionada”: Prefeitura de BH exonera servidora que denunciou caso de racismo

Em outubro de 2017, Etiene conta que foi nomeada gerente de Prevenção à Violência e Criminalidade Juvenil, que tem como principal função coordenar o programa de Prevenção á Letalidade de Jovens e Adolescentes Foto: Pedro Vilela/Divulgação

A Prefeitura de Belo Horizonte exonerou, na última quarta-feira (08/09), a servidora pública Etiene Martins, de 35 anos, que denunciou dois casos de racismo que teriam partido de outros dois funcionários do Executivo municipal. Etiene trabalhava no Programa de Prevenção à Letalidade de Jovens e Adolescentes, e sustenta ter sido desrespeitada por um guarda municipal em novembro de 2018.

De acordo com Etiene, o guarda municipal disse que “preto bom é preto morto”, em um evento que reunia representantes de movimentos em defesa da igualdade racial.

Posteriormente, em março deste ano, Etiene relata ter recebido um e-mail, enviado por sua chefe, questionando suas denúncias. Na mensagem, a remetente afirmava que “lugar de negra é limpando o chão”.

A exoneração foi publicada na edição do Diário Oficial do Município (DOM) dessa quarta-feira.

Em posicionamento, a prefeitura informou que a servidora já havia pedido exoneração em 3 de julho deste ano, antes das denúncias. Contudo, a secretaria não aceitou o pedido, com objetivo de apurar o fato, conforme a PBH.

A apuração, segundo o Executivo municipal, “resultou na absolvição do guarda municipal” por parte da Corregedoria do órgão.

Por telefone, a assessoria da Guarda Municipal disse que o guarda municipal proferiu uma “fala mal posicionada” e passou por um curso de qualificação.

Quanto à outra denúncia, que diz respeito ao e-mail da chefe de Etiene, a prefeitura informou que o caso é apurado pela delegacia de crimes cibernéticos da Polícia Civil. Ressaltou, ainda, que o inquérito deve ser fechado em breve.

 

*Com Informações Do Estado de Minas*