Chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro nega vazamento de operação

O chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro, Miguel Ângelo Braga Grillo, negou que tenha recebido informação sobre a operação Furna da Onça

Chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro nega vazamento de operação
Foto: Reprodução

O chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Miguel Ângelo Braga Grillo, negou que tenha recebido informação sobre a operação Furna da Onça antes que ela fosse deflagrada. A declaração foi dada ao prestar depoimento no inquérito que apura o suposto vazamento, em 10 de junho. O Jornal Nacional, da TV Globo, divulgou trechos do depoimento nesta terça-feira (04).

O empresário Paulo Marinho disse, que Flávio Bolsonaro foi avisado por um delegado que a PF deflagraria uma operação que atingiria Fabrício Queiroz, seu chefe de gabinete enquanto foi deputado estadual. Queiroz é investigado por suposto esquema de “rachadinha” –a prática de tomar parte do salário de servidores– no gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Coronel Braga, como Miguel Ângelo Braga Grillo é conhecido, disse que esteve na Polícia Federal na companhia de Flávio por diversas vezes, sempre para visitas institucionais. Ele falou que se lembra de pelo menos 3 ocasiões. Disse, no entanto, que não se recorda de ter estado na sede da PF na 1ª quinzena de 2018, quando o suposto vazamento teria ocorrido.

“Eu posso ter estado, não sei. Eu não tenho memória, mas eu posso ter estado. Posso ter estado com o Victor em algum lugar, posso ter estado com o Victor. Eu estive, se aconteceu de eu estar, nunca tratei de nada que dissesse respeito a qualquer operação da PF, seja com agente, seja com delegado“, disse o chefe de gabinete.

Paulo Marinho explicou, em depoimento prestado em 21 de maio, que Flávio Bolsonaro escolheu 3 pessoas para recolherem informações com o delegado da PF. Além do coronel Braga, escolheu Victor Granado, amigo do senador, e Valdenice Meliga, ex-assessora de Flávio. O empresário falou ainda que o presidente Jair Bolsonaro foi informado pessoalmente por Gustavo Bebianno sobre o vazamento da operação.

O Palácio do Planalto disse que não vai comentar o assunto. Flávio Bolsonaro, em nota, falou que “as afirmações de Paulo Marinho têm objetivo simples: manipular a Justiça em interesse próprio. Marinho parece desesperado por holofotes e por um cargo público. Inventa narrativas para tentar ocupar uma vaga no Senado sem passar pelo crivo das urnas. A defesa informa ainda que o parlamentar já prestou todos os esclarecimentos a respeito do tema. E o senador nega, categoricamente, o que foi dito por Marinho”. Paulo Marinho é suplente de Flávio no Senado.

Ao prestar depoimento, Flávio confirmou a reunião com Marinho, mas negou que tivesse recebido informações sobre a Furna da Onça. Segundo o senador, ele marcou o encontro por recomendação do pai e disse que queria apenas a indicação de um advogado.

“Todo mundo, a imprensa atirando pedra em mim, eu tinha que me defender, eu tinha que buscar (inaudível). Foi essa intenção, porque o Paulo Marinho, eu tinha a percepção que ele era uma pessoa bem relacionada no mundo jurídico, então, fui consultá-lo, se ele tinha uma pessoa para me indicar, foi isso”, disse Flávio.

 

*Com informações do Poder 360*