O vice-presidente nacional do PSL, deputado Junior Bozzella (PSL-SP), disse que a Executiva Nacional do partido decidiu, nesta terça-feira (12), acatar os processos por infidelidade partidária contra 20 deputados bolsonaristas, que podem ser expulsos. O Conselho de Ética do partido se reúne nesta quarta-feira (13).
O partido, que já havia aberto processo de expulsão contra deputados no fim de 2019, desistiu e apenas suspendeu 17 parlamentares. Contudo, o novo episódio de rebelião endossou novos processos.
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Na última quinta-feira (07), deputados bolsonaristas do PSL protocolaram na Câmara dos Deputados um pedido para integrar o bloco do candidato Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A lista de adesão contou com 32 dos 53 deputados. Destes, 17 estão suspensos.
Contudo, apenas 20 dos 32 sofreram representações no Conselho de Ética e Fidelidade Partidária da legenda por reincidência. “Esses deputados são reincidentes, eles cometeram uma série de equívocos contra o estatuto do partido”, afirmou Bozzella.
O movimento pró-Lira foi liderado pelo ex-líder do governo, deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO). O PSL, todavia, integra o bloco do candidato Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado por Maia, e que contabiliza o apoio de PT, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede, com 281 deputados.
Na ocasião, o presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE), disse que “a intenção [do grupo] é apenas conturbar o cenário político”. Ele destacou que o pedido “carece de legitimidade e fundamento regimental”, porque a maioria dos signatários estão suspensos.
Os deputados são: Alê Silva (MG), Aline Sleutjes (PR), Bia Kicis (DF), Bibo Nunes (RS), Carla Zambelli (SP), Carlos Jordy (RJ), Caroline de Toni (SC), Chris Tonietto (RJ), Coronel Tadeu (SP), Daniel Silveira (RJ), Eduardo Bolsonaro (SP), Filipe Barros (PR), General Girão (RN), Guiga Peixoto (SP), Hélio Lopes (RJ), Junio Amaral (MG), Major Fabiana (RJ), Márcio Labre (RJ), Sanderson (RS) e Major Vitor Hugo.
O Conselho de Ética do partido deve emitir um parecer e notificar os deputados acusados de infidelidade partidária, que terão cinco dias para apresentar a defesa. Caso sejam expulsos, eles não perdem seus mandatos, tampouco o direito a votar na eleição da Câmara.
O PSL, que era uma sigla nanica, se tornou a segunda maior bancada da Câmara, na esteira da eleição do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Mas o partido enfrenta sucessões de brigas internas desde a desfiliação de Bolsonaro. Bivar e ele disputavam o comando da legenda e, desde então, o partido segue rachado.
*Com informações do Metrópoles*