Pazuello fez Manaus de laboratório humano no auge da pandemia, diz ex-esposa

No auge da crise de Manaus, ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, teria dito que sua única prioridade era “comprar sacos pretos”

A ex-esposa de Eduardo Pazuello, a dentista Andréa Barbosa, falou sobre as ações do ex-marido quando ele ocupava o cargo de ministro da Saúde. Segundo Andréa, o ex-ministro deu festas enquanto estava na cidade para acompanhar a calamidade pública causada pela falta de oxigênio, em janeiro de 2021.

Andréa conta que ligou para o ex-marido após uma coletiva em que ele afirmou que a única opção era esperar pela chegada do oxigênio à capital amazonense.  “Eu falava que o que ele estava fazendo era crime, que ele ia ser responsabilizado, que era negligência sim. Que tinha gente morrendo a um quilômetro abaixo da casa dele no momento que ele estava dando uma festa”, afirmou dentista em entrevista ao canal MyNews, no Youtube, na noite dessa segunda-feira (24).

Andréa afirma que ficou sabendo da festa porque sua filha estava presente no local e pediu para a empregada buscá-la. Quando a funcionária voltou, ela teria dito a Andréa que tinha “whisky rolando” no evento.

A dentista questionou o então ministro no telefone: “Você está dando festa comemorando o quê? Morte?”. Segundo Andréa, Pazuello afirmou que ela não tinha nada a ver com o assunto e que a única preocupação dele era “comprar os sacos pretos” para o enterro das vítimas da covid-19.  “Foi o momento que eu vi o descaso da equipe toda que trabalhava naquele ministério, um ministério militarizado e cheio de pessoas incompetentes”, ressaltou Andréa. Veja o trecho com o relato da ex-esposa do ex-ministro em entrevista ao MyNews:

A dentista foi casada com Pazuello por 16 anos e o casal tem uma filha de 13 anos. O relacionamento deles acabou em agosto de 2020 de maneira litigiosa.

General do Exército, Pazuello chefiou a pasta da Saúde entre maio de 2020 e março de 2021, época que houve uma verdadeira explosão no número de casos de covid-19. Ele foi um dos indiciados pela CPI da covid-19, apontado como o responsável por emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; comunicação falsa de crime e crimes contra a humanidade