MPE apura possível abuso de poder econômico por Adail Filho em campanha

Caso a Justiça Eleitoral comprove a irregularidade, Adail pode ter o registro de candidatura cassado e ficar inelegíveis por 8 anos.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) se manifestou a favor de uma denúncia que pode travar a diplomação do deputado federal eleito Adail Filho (PP), do deputado estadual eleito Thiago Abrahim (UB) e a deputada estadual reeleita, Mayara Pinheiro (PP). Eles são investigados por abuso de poder econômico durante a pré-campanha. Os gastos ultrapassam mais de R$ 1 milhão.

Caso a Justiça Eleitoral comprove a irregularidade, os três podem ter o registro de candidatura cassado e ficarem inelegíveis por 8 anos.

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Fretamento de aeronaves

Somente com fretamento de aeronaves, até agosto deste ano, foram gastos aproximadamente R$ 324.250,00 o que representa cerca de 18% de todas as despesas declaradas por Adail na campanha oficial. O ex-prefeito de Coari disse à Justiça Eleitoral que gastou R$ 1.759.795,80 nas eleições 2022.

O MPE aponta o itinerário da campanha de Adail em aeronaves fretadas na empresa CTA Cleiton Taxi Aéreo, que também possui contratos com a Prefeitura de Coari.

De acordo com a denúncia, foram 19 municípios visitados entre os meses de abril e julho. A maior parte dos voos foram pagos com dinheiro vivo, o que dificulta o rastreamento do recurso.

Além do uso de aeronave, foi constatada também a realização de carreata/motociata com grande número de participantes e de evento noturno com grande público, palco, painel de LED, fotógrafos, sonorização, videomakers e contavam até com a confecção de blusas e materiais padrão do então pré-candidato.

Dinheiro apreendido

Ainda é ressaltado que, durante a campanha oficial, uma equipe da Polícia Federal (PF) apreendeu dinheiro em espécie no comitê de Adail Filho e mais R$ 34 mil, além de materiais de campanha de Adail e Mayara Pinheiro em um carro Chevrolet/S10 LTZ, placa QZH-4I18, que teria saído do local e estavam em posse de Emanoel da Costa Pinheiro, irmão de Mayara e do policial militar, Marcelo Silva.

Assessoria rebate acusação

Em nota, a assessoria de Adail Filho alegou que a acusação se baseia em factoides e que as testemunhas são policiais responsáveis pela investigação, sendo que entre eles existe opositores ao deputado eleito.

“Adail José foi eleito pela vontade do eleitorado amazonense, o qual depositou sua confiança no então candidato através do voto livre e consciente, sem qualquer interferência que não fosse a apresentação de seus projetos políticos. Em relação aos termos acusatórios apresentados pelo Ministério Público Eleitoral, não passam de factoides, os quais serão contrapostos no momento oportuno. Aliás, as únicas provas apresentadas são testemunhas, que notadamente são os policiais responsáveis pela investigação e um já contumaz opositor político de Adail Filho. Em arremate, maiores esclarecimentos fático-jurídicos serão apresentados em sua defesa técnica a ser exercida no processo, oportunidade em que será comprovado que não praticou qualquer ilícito eleitoral”.