Lula deve enfrentar oposição em bancada amazonense na Câmara dos Deputados

Seis dos oito parlamentares eleitos e reeleitos devem ir na contramão do presidente eleito.

No dia 2 de fevereiro, os deputados federais eleitos e reeleitos tomarão posse para mais quatro anos de mandato. Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter feito uma articulação que arrecadou diversos partidos para sua base, a oposição de “herdeiros” do ex-presidente Bolsonaro será grande. Representando o Amazonas, parlamentares devem ser majoritariamente oposição.

Na Câmara dos Deputados, dos quatro deputados que se reelegeram, dois devem, em tese, integrar a base de sustentação do novo governo: Átila Lins e Sidney Leite, ambos do PSD.

Outros dois, devem adotar o discurso da oposição: Capitão Alberto Neto (PL) e Silas Câmara (Republicanos). Já entre os estreantes, todos flertam com a oposição a Lula: Adail Filho (Republicanos), Amom Mandel (Cidadania), Fausto Jr. e Saullo Vianna, ambos do União Brasil.

O que dizem os estreantes

O deputado federal eleito, Saullo Vianna, afirmou que vai aguardar qual será o posicionamento do governo sobre os interesses do Amazonas, como os incentivos à Zona Franca de Manaus (ZFM), investimentos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento.

“O meu pedido aos meus pares nessa discursão é que essa decisão também seja levada em consideração sobre qual posicionamento o próximo governo terá sobre o Amazonas. Principalmente sobre os incentivos da ZFM”, diz o parlamentar, eleito pelo União Brasil.

Adail Filho (Republicanos) se diz entusiasmado e sustenta que deve assumir a postura de independência na Câmara. Essa postura foi decidida e informada em reunião geral do seu partido.

“Me manterei livre de qualquer influência de ordem e seguirei de forma independente, como já havia decidido em uma reunião geral do meu partido, ao lado de meus colegas republicanos”, afirma.

Eleito pelo União Brasil sob o lobby de Bolsonaro, Fausto Jr também deve caminhar sendo oposição na Câmara. Nas redes sociais ele sustenta reprovação sobre o governo de esquerda e reprova movimentos presidenciais.

O deputado criticou o Decreto 11.342/23, do presidente Lula (PT), que extinguiu a Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (Dipebs), criada no âmbito do Ministério da Educação, em 2019, pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A esquerda não está levando em consideração décadas de lutas da comunidade surda por uma educação bilíngue de qualidade. Lamentável!”, afirmou Fausto

Mais votado entre os oito deputados eleitos pelo Amazonas, o ainda vereador Amom Mandel (Cidadania) afirma que adotará postura independente em Brasília. No âmbito nacional, o Cidadania, legenda partidária integrada por Amom, firmou apoio ao ex-presidente Lula (PT), na Câmara a postura de independência foge da base governista.