O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tirou o final de semana para intensificar suas críticas a atuação das Forças Armadas no governo Bolsonaro, principalmente com relação à pandemia do novo coronavírus.
No sábado (11), durante debate online promovido pela revista IstoÉ e pelo Instituto Brasiliense de Direito Público, o magistrado subiu o tom contra os militares ao afirmar que o Exército “está se associando a um genocídio”, se referindo ao fato do Ministério da Saúde estar hoje sob o comando interino do general Eduardo Pazuello, desde a saída de Nelson Teich, e à verdadeira ocupação militar que sofre a pasta, onde já foram nomeados mais de 20 nomes ligados às Forças Armadas.
Neste domingo (13), Gilmar Mendes voltou a tratar do assunto em tom crítico, desta vez através do Twitter.
“No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos princípios democráticos da Carta de 88″, tweetou o ministro.
Mendes continuou a publicação. “Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil”, escreveu o ministro.
No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon, grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos principios democráticos da Carta de 88.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) July 12, 2020
Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) July 12, 2020
O Ministério da Defesa, por sua vez, rebateu através de uma nota oficial em que, sem citar Gilmar, afirma que os militares estão na “linha de frente” no combate à pandemia.
“O Ministério da Defesa informa que as Forças Armadas atuam diretamente no combate ao novo coronavírus, por meio da Operação Covid-19. Desde o início da pandemia, vem atuando sempre para o bem-estar de todos os brasileiros. São empregados, diariamente, 34 mil militares, efetivo maior do que o da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, com 25.800 homens. O Ministério da Defesa tem o compromisso com a saúde e com o bem estar de todos o brasileiros de norte ao sul do País”, diz a nota.
*Com informações da Revista Fórum*