A Polícia Federal avançou nas investigações do caso das joias e encontrou indícios suficientes para enquadrar membros do núcleo bolsonarista no crime de organização criminosa. As investigações revelam um mapeamento das tarefas e do fluxo de dinheiro entre os suspeitos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A colaboração do pai do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tem sido fundamental nesse processo.
Mauro Cid decidiu colaborar com as investigações em diversas frentes, fornecendo depoimentos filmados à PF. Ele relatou que uma parte da movimentação financeira envolvendo Bolsonaro tinha Miami como uma das bases. Foi nessa cidade que presentes oficiais recebidos por autoridades do governo brasileiro foram vendidos de forma irregular. O general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, também é suspeito de participar do esquema.
A PF está buscando intensificar a colaboração do general da reserva Mauro César Lourena Cid e, ao mesmo tempo, verifica as informações prestadas por seu filho para formalizar um acordo de delação premiada. Com a delação, Cid poderá obter vantagens judiciais, mas terá que fornecer informações sobre os outros envolvidos. Além do caso das joias, Mauro Cid está relatando como funcionava o “gabinete do ódio” e as estratégias do grupo para disseminar notícias falsas sobre o sistema eleitoral. A PF também está investigando a atuação de Silvinei Vasques e Anderson Torres na interferência na movimentação de eleitores no segundo turno da eleição de 2022, contando com a colaboração de integrantes da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério da Justiça.
(*)Com informações do G1