Braga e Omar tentam fugir do isolamento e fecham apoio com Lula

Senadores amazonenses buscam apoio para alavancar corrida eleitoral no estado.

Apesar de não ter marcado presença no jantar de políticos do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Eduardo Braga (MDB) teve um encontro particular com Lula e anunciou parceria com o pré-candidato a presidente da república. Braga publicou o encontro dos dois em suas redes sociais, um dia após o senador Omar Aziz (PSD), anunciar o mesmo apoio.

Ambos os políticos amazonenses irão participar do pleito eleitoral deste ano no estado: Aziz busca a reeleição e Braga a cadeira de Wilson Lima. Porém, a conjuntura formada pelos caciques do Amazonas pode ser considerada tímida e até isolada em aspectos de composição político-partidárias.

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Nas redes sociais, Braga afirmou que conversou com Lula sobre “os problemas e soluções para o Brasil, que impactam a vida dos amazonenses”. O ex-governador do estado também ressaltou que “o diálogo é essencial para a democracia”. Eduardo Braga foi governador durante os anos em que Lula presidiu o Brasil. Os dois cultivaram uma boa relação política, o que fez Braga chegar ser o líder do governo Dilma no Senado em 2014 e ministro de Minas e Energia no segundo mandato da petista.

O emedebista é o segundo senador a publicar um encontro com Lula. Mais cedo, Omar Aziz (PSD-AM) postou em suas redes uma foto ao lado de Lula. Aziz e o ex-presidente se encontraram no jantar articulado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) em Brasília (DF). O encontro com lideranças tradicionais do MDB ocorreu na casa do ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE) e busca garantir o apoio do partido à candidatura de Lula ainda no primeiro turno.

Omar Aziz alinhado

Em um claro alinhamento com o discurso da esquerda, o senador Omar Aziz (PSD) afirmou, em entrevista à CNN Brasil na qual repercutiu o jantar de parlamentares com o ex-presidente Lula (PT), que a eleição deste ano será uma disputa pela democracia.

“Muita gente me perguntou qual foi o assunto do jantar entre lideranças políticas de todo o Brasil e o ex-presidente Lula. A eleição que se aproxima não é como as outras. Não se tratam de dois polos democráticos divergindo sobre programas. Temos um lado democrático muito claro com o ex-presidente Lula, que já ganhou e já perdeu eleições, e o presidente Bolsonaro, que costuma criar narrativas tentando desacreditar as instituições e o voto eletrônico”, disse Aziz.

Fugindo do isolamento

Apesar de estarem entre os 100 políticos mais influentes no Congresso Nacional, e protagonizarem certas cenas importantes nos últimos anos, o retrospecto para o estado do Amazonas é diferente. Omar Aziz foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia e, até antes de entrar para fileira de oposição ao presidente Bolsonaro, o parlamentar era apenas crítico em algumas lacunas do governo federal.

Já o senador Eduardo Braga, líder do MDB no Senado, também foi titular da CPI, mas ocupou espaços diferentes na composição que apurou possíveis irregularidades do governo federal no enfrentamento da pandemia no Brasil. Braga chegou a participar e sair do chamado G7, grupo de oposição ao presidente.

No Amazonas, ambos os senadores já iniciaram suas caminhadas eleitorais, principalmente no interior do Estado. Braga até o ano passado tinha o segundo maior número de colégios eleitorais do Estado com o MDB, equação que mudou no início do mês no evento de filiação do União Brasil, partido de Wilson Lima. A infantaria mostrada por Wilson Lima composta por mais de 40 prefeitos do interior e as articulações que enquadraram até Amazonino Mendes (Cidadania), levou os veteranos a buscarem manobras em âmbito nacional com o apoio do ex-presidente.

Para o cientista político Helso Ribeiro, a mudança de rota vai além da conquista de novos simpatizantes e a fuga do isolamento.

“Tanto o senador Omar, quanto Eduardo Braga possuem até certo protagonismo, mas parece que aqui no estado, as pesquisas mostram o contrário. Então o apoio de um candidato a presidente, ainda mais alguém que está na ponta das pesquisas, não se torna mais atraente só para governador, eles também se inserem nisso”, explica.