Boulos cita Manaus em crítica à privatização do saneamento básico

Guilherme Boulos é integrante do Grupo de Cidades na equipe de transição do governo Lula.

O deputado federal eleito, Guilherme Boulos (PSOL), fez uma publicação nas redes sociais se defendendo após suas críticas à privatização do saneamento básico serem recebidas com desaprovação por empresas. Boulos lembra que Manaus tem cerca de 600 mil pessoas sem água potável mesmo após 20 anos de privatização.

Boulos é integrante do Grupo de Cidades na equipe de transição do governo Lula.

“Ao sugerir que pode frear os avanços do novo marco em favor de um modelo flagrantemente ineficaz, a equipe do novo governo dá mostras de descolamento da realidade”, diz o jornal no texto, intitulado “A vanguarda do atraso no saneamento”.

Na última quinta-feira (17), Boulos disse que o governo eleito vai revisar atos do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o processo de privatização do saneamento básico e que o objetivo é “passar um pente-fino em decretos e portarias que Bolsonaro tenha editado em relação ao setor”.

Com a promessa de universalização, Manaus já teve quatro concessionárias dos serviços. São elas: Manaus Saneamento (2000), Águas do Amazonas (2007), Manaus Ambiental (2012) e a atual Águas de Manaus, do grupo Aegea (2018).

A principal crítica ao processo da pós-privatização é que os investimentos feitos pelo setor privado foram irrisórios. Dessa forma, a maior parte dos recursos aplicados é pelo setor público, o que pode explicar o fracasso das concessionárias até o momento.

Apesar dos problemas como a falta de água nas áreas mais pobres e a ausência de esgotos, critica-se que a atual concessionária pratica uma das tarifas mais caras da região amazônica.

No ano passado, por exemplo, a Águas de Manaus tentou aumentar a tarifa de água e esgoto em 24,5%, mas foi impedida por decisão judicial.

Boulos diz que os municípios brasileiros precisam de apoio técnico e financeiro para planejar o setor, especialmente os menores.