Chefe do PCC e líderes da máfia italiana contratam mesmo advogado

Entre a cartela de clientes dos mesmos advogados estão outros homens apontados como líderes importantes do PCC, Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã.

Foto: Divulgação
Investigações brasileiras e europeias apontam Santos como a principal cidade do mundo para os negócios entre a facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) e a máfia italiana ‘Ndrangheta, considerada a maior organização criminosa do planeta atualmente.
É de lá que partem, por meio de navios de carga, grandes remessas de cocaína para países da Europa, África e Ásia. Os três homens apontados como os principais chefes desse negócio têm no Brasil o mesmo escritório de advocacia contratado, o Malavasi Sociedade de Advogados. São eles o paulista André de Oliveira Macedo, 42, o André do Rap, acusado de chefiar o PCC em Santos desde fevereiro de 2018, mas detido em setembro

A contratação do mesmo escritório não é ilegal. Segundo interlocutores dos três, trata-se de uma coincidência, uma vez que o escritório tem uma lista de clientes acusados de integrar organizações criminosas. Inclusive, afirmam que a convivência entre o chefe brasileiro e os dois italianos não era boa. Porém, investigadores discordam que seja coincidência.

Entre a cartela de clientes dos mesmos advogados estão outros homens apontados como líderes importantes do PCC, a exemplo de Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã, que atuava pela facção na fronteira do Brasil com o Paraguai, mas também há policiais militares acusados de homicídio e até Edinho, filho de Pelé. Um interlocutor comparou o escritório com uma clínica cardiologista: “se você estiver mal do coração, vai procurar a melhor clínica”.

O advogado Eugênio Malavasi disse não que não falaria com a reportagem sobre a defesa dos três homens, por não estar mais nos processos de conhecimento de André do Rap, apenas no de execução penal.

Sócio de Malavasi, o advogado Patrick Raasch Cardoso disse que conversaria com seus clientes antes de se posicionar a respeito.
*Com informações da UOL*