Demissão de 200 funcionários, troca de acusações, explicações e mais explicações. Henrique Fogaça se viu no olho de um furacão ao anunciar o fechamento de um de seus restaurantes no Rio de Janeiro e ainda comprou briga com o shopping onde o estabelecimento ficava.
A confusão rolou nos últimos dias, que foram mais do que o suficiente para o caldo entornar de vez. Para se ter uma ideia, neste curto intervalo de tempo Fogaça tentou se justificar após anunciar as demissões, o shopping entrou na história e o chef se defendeu da acusação de que tenha fracassado com seu restaurante no Rio.
Como começou a polêmica com Henrique Fogaça?
Fogaça anunciou o fechamento de seu restaurante no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro, em um bate-papo na semana passada no canal do YouTube do apresentador José Luiz Datena. O motivo? Segundo ele, a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19, “Um mês você segura; dois meses você vai pro buraco”, disse.
Nesta mesma ocasião, o jurado do “MasterChef Brasil” afirmou que precisou demitir 200 funcionários de três estabelecimentos e fez duras críticas ao shopping onde seu restaurante ficava no Rio.
“Só nesses quatro meses, estamos com meio milhão de prejuízo. É complicado: o shopping é tipo um sócio seu, participa com 8% de faturamento do grupo, tem que pagar ajuda de fundo, etc. Shopping explora e suga tudo”.
Quais são os restaurantes de Fogaça?
O jurado do “MasterChef Brasil” tem restaurantes tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Ele controla o Sal Gastronomia e o Sal Grosso, sendo estes dois com unidades no Rio. Fogaça ainda é um dos sócios do Cão Véio, com franquias espalhadas por capitais como São Paulo, Brasília, Curitiba e Goiânia.
Fogaça se explica em novo vídeo
A repercussão sobre a demissão em massa provocou uma repercussão imediata, e Fogaça se viu obrigado a fazer um novo vídeo na tentativa de tranquilizar os funcionários demitidos. Ou seria para se justificar?
“Não se desesperem. Tudo vai se arrumar aos poucos. Foi uma forma de desabafo e um pouco de raiva de tudo o que estamos vivendo. Todo mundo tem o mesmo sentimento. Fiquem tranquilos.”
O chef afirmou que enxugou o quadro de funcionários considerando a reabertura dos restaurantes com a flexibilização da quarentena. De acordo com a assessoria dele, quando os estabelecimentos reabrirem terão menos pessoas trabalhando nos restaurantes, até pelas normas sanitárias.
O que o shopping falou sobre as acusações de Fogaça?
O grupo Multiplan, que controla o Shopping Village Mall, se posicionou sobre algumas críticas feitas pelo chef Henrique Fogaça. O grupo afirmou, por exemplo, que concedeu “enormes vantagens para seus lojistas” em virtude da pandemia e disse ter auxiliado o restaurante a abrir uma unidade no shopping, na Barra da Tijuca, em 2018.
“O que emerge com contundente clareza é que, na falta de melhores argumentos que justifiquem o seu fracasso no Rio de Janeiro, o Sr. Fogaça procura criar um clima falso e artificial para fugir das obrigações contratuais que decorrerão da sua decisão unilateral de rescindir o contrato”, afirmou.”
O que é fundo de promoção?
Uma das vantagens anunciadas pelo grupo que opera o shopping Village Mall para contornar a crise é a isenção do fundo de promoção, além de outros benefícios. Mas do que se trata exatamente este fundo?
O fundo de promoção é o valor percentual do aluguel pago ao shopping center a ser utilizado para execução de campanhas publicitárias. O valor tem uma variação de 10 a 20% do aluguel.
“No mês de março, onde o Villagemall funcionou 15 dias, foi cobrado 50% do aluguel e encargos condominiais comuns, sendo isento o fundo de promoção. Nos meses de fechamento total do shopping, foi cobrado 50% dos encargos condominiais comuns, e isento o aluguel e fundo de promoção”.
“Não se trata em hipótese alguma de fracasso”
Henrique Fogaça negou que tenha fracassado com seus restaurantes no Rio de Janeiro e, novamente, explicou que o motivo por trás do fechamento dos estabelecimentos era a pandemia.
“Ocorre que em virtude de graves consequências trazidas pela crise global da covid-19, que vem afetando de forma contundente a maciça maioria de diversos grupos empresariais, grandes, médios e pequenos no mundo todo, estamos sendo obrigados a nos reinventar”.
*Com informações do Uol*