Focus: mercado eleva projeção para a inflação de 2023 e 2024

A previsão para o IPCA ao final de 2023 passou de 5,17% para 5,23%.

Analistas do mercado financeiro consultados pelo Boletim Focus, publicação do Banco Central (BC), elevaram a projeção da inflação para 2023 pela segunda semana seguida. No último relatório, a previsão para o IPCA ao final de 2023 passou de 5,17% para 5,23%.

Por outro lado, a expectativa para a inflação ao final de 2022 passou para 5,64%. Há uma semana, era de 5,76%. É o terceiro recuo consecutivo.

Menos otimistas, a projeção para o crescimento da economia também recuou ao final deste ano. Nesta sondagem, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 passou de 3,05%, na última semana, para 3,04%. Já as expectativas para 2023 se mantiveram no mesmo patamar, de 0,79%.

A projeção para o dólar se manteve em R$ 5,25 em 2022; para 2023, subiu de R$ 5,26 para R$ 5,27.

Quanto à taxa básica de juros da economia – a Selic -, a projeção em relação a 2023 passou de 11,75% para 12%.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

A próxima reunião do Copom está marcada para 31 de janeiro e 1° de fevereiro de 2023. Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic seja mantida nos mesmos 13,75% ao ano nessa primeira reunião do ano. Mas para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica fique em 12% ao ano, contra 11,75% ao ano previstos na semana passada. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano foi ajustada para 3,04%, frente a 3,05% na semana passada. Para 2023, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – foi mantida em 0,79%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro revisou a expectativa de crescimento do PIB de 1,67% para 1,5% e de 2% para 1,9%, respectivamente.

Já a projeção para a cotação do dólar, a expectativa está em R$ 5,25 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,27, contra R$ 5,26 na semana passada.

(*) Com informações da Agência Brasil