Estudo indica redução de recaídas da malária no AM com nova medicação

A medicação é a Tafenoquina (da sigla em inglês, TRuST), que está sendo adotada como parte de um estudo iniciado, em 2021, em Manaus.

Estudo indica redução de recaídas da malária no AM com nova medicação

Referência no tratamento da malária no Brasil, a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) está adotando nova medicação para o tratamento da doença, que eliminou os casos de abandono e, com isso, as recaídas de pacientes no Amazonas. É a Tafenoquina (da sigla em inglês, TRuST), que está sendo adotada como parte de um estudo iniciado, em 2021, em Manaus.

Em outros tipos de medicações, o tratamento é mais longo. Entre sete e quatorze doses. Ou seja, cerca de duas semanas. O principal problema é que muitos doentes acabavam deixando de tomar os remédios assim sentiam as primeiras melhoras, o que ocasionava recaídas e, consequentemente, quadros de agravamento.

Liderado pela FMT, o estudo de Implementação ocorre em parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) e a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

O coordenador-geral da pesquisa, médico e infectologista Marcus Lacerda, ressalta que o estudo comprovou a eficácia do medicamento de dose única. Antes, muitos pacientes abandonavam o tratamento de sete dias da Primaquina.

O projeto acompanha, há um ano, cerca de 2,7 mil pacientes que tomaram Tafenoquina nas cidades de Manaus e Porto Velho.

“Por enquanto, só estamos aplicando naqueles pacientes acima de 16 anos. Os resultados foram impressionantes tanto aqui quanto em Porto Velho, porque antes, com a Primaquina, muitas pessoas abandonavam e não concluíam o tratamento. Essa implementação foi feita pelo Ministério da Saúde e, foi acompanhada, pelo nosso grupo de pesquisa”, explicou.

Lacerda também enfatiza que o Brasil, através do Sistema Único de Saúde (SUS), foi o primeiro país escolhido para o uso da nova medicação. Mas antes da Tafenoquina ser disponibilizada à população em geral, o Ministério da Saúde vai conduzir um estudo de viabilidade para decidir se a medicação vai ser distribuída através do SUS. Até que esta decisão seja tomada, a tafenoquina vai estar disponível apenas aos participantes do estudo.

Medicamento

Tafenoquina é um medicamento de dose única aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2019, que reduz a duração do tratamento de cura radical para pacientes com malária por P. vivax com níveis adequados de atividade.

A aprovação foi baseada em dados de eficácia e segurança de um programa de desenvolvimento clínico global abrangente para cura radical de P. vivax, realizado em nove países com malária endêmica, incluindo o Brasil, que sinalizaram um perfil positivo de risco e benefício para a indicação proposta.

O teste mede a atividade de uma enzima no sangue de uma pessoa, permitindo que o profissional de saúde selecione o tratamento apropriado. Os pacientes devem ser testados quanto à deficiência de uma enzima específica conhecida como glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), que ajuda a proteger as células sanguíneas denominadas hemácias.

Pacientes com deficiência da enzima G6PD podem ter reações adversas graves, como anemia hemolítica, durante o tratamento com alguns medicamentos.

A doença

A malária é uma doença infecciosa, febril, aguda e potencialmente grave. Ela é causada pelo parasita do gênero Plasmodium, transmitido ao homem, na maioria das vezes, pela picada de mosquitos do gênero Anopheles infectados, também conhecido como mosquito-prego.

A prevenção da doença consiste no controle e eliminação do mosquito transmissor e pode se dar por meio de medidas individuais, com uso de mosquiteiros, inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e utilização de repelentes.

(*) Com informações da assessoria