Hidroxicloroquina não tem efeito, diz Sociedade Brasileira de Infectologia

Novos estudos reforçam que a droga deve ser abandonada no tratamento de qualquer fase da Covid-19, alertam infectologistas da SBI

Cloroquina. Foto: Reprodução/ Fantástico/ TV GLOBO

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgou novo posicionamento nesta sexta-feira (17) reafirmando ser contra o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Desta vez, a SBI cita estudos publicados na quinta-feira (16) para alertar que a droga deixe de ser utilizada por pacientes em qualquer fase da doença, inclusive na sua prevenção.

A SBI avalia que “dois estudos clínicos robustos” publicados em “revistas médicas prestigiosas” avaliaram o uso do medicamento no tratamento precoce.

Os estudos comprovaram que a droga não foi eficaz e ainda trouxe complicações aos pacientes.

Diante dos novos estudos, a SBI lista como “urgente e necessário”:

  • “que a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da Covid-19″
  • “os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde reavaliem suas orientações de tratamento, não gastando dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais”
  • “que o recurso público seja usado em medicamentos que comprovadamente são eficazes e seguros para pacientes com COVID-19 e que estão em falta”

Na quinta-feira, o Ministério da Saúde enviou um ofício à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, pedindo que a instituição dê ampla divulgação ao tratamento com uso de cloroquina e hidroxicloroquina como medicamentos que podem ser utilizados nos primeiros dias de sintomas de Covid-19.

O pedido levou a reações, como a de um dos coordenadores da Fiocruz em Brasília, que classificou o ofício como “pouco profissional”.