Família fica sabendo por vídeo nas redes sociais que mulher foi agredida

Foi recebendo o vídeo no celular que a irmã de uma mulher, de 38 anos, dependente química e esquizofrênica, descobriu que ela havia sido brutalmente agredida por um homem em Goiânia. O caso, segundo a família, aconteceu há quase um ano, mas as imagens da mulher apanhando viralizaram na internet durante a última semana.

O vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra a mulher em pé na frente de uma distribuidora de bebidas, quando o homem se aproxima e dá um murro no rosto dela.

A agressão é tão forte que a mulher cai no chão, tendo ainda o rosto pisoteado pelo homem, que ainda se distancia e pega impulso para chutar a cabeça da mulher.

“Esse troglodita, ele não está nem aí, acha que a pessoa é um animal, um lixo, não é ninguém. Esse tipo de gente acha que a pessoa não tem ninguém na vida”, desabafou a irmã da vítima, que é advogada.

O G1 não conseguiu a identidade do agressor, e o comércio, onde teria ocorrido o caso, estava fechado neste domingo (27).

A advogada, que não terá a identidade revelada, conta que após tomar conhecimento do vídeo conversou com a irmã que confirmou a agressão e disse que o homem seria o dono do comércio.

“Ela contou que esteve no estabelecimento e foi pedir para beber a cerveja de um cliente dele e aí ele pegou do nada e começou a bater nela. Tipo, para ela não aparecer mais no estabelecimento”, informou.

A conversa, segundo a advogada aconteceu no domingo passado.

“Eu conversei com ela quando chegou essa imagem no meu WhatsApp. Quando foi na terça, alguém colocou na rede social. Não foi a gente. Até então a gente não tinha conhecimento de quem tinha agredido”, disse.

De acordo com a advogada, na época a irmã não falou para a família quem tinha a agredido por medo.

“Ela não falou para a gente, ela chegou aqui com dor nas costas, dor na cabeça. Ela só foi falar no dia que a gente mostrou o vídeo”, informou.

“Eu não sei o que uma pessoa dessa pensa. Não tem nenhum tipo de sentimento para fazer isso, bater em uma pessoa assim”, comentou a irmã da vítima.

A família diz não conhecer o agressor, mas já sabe onde foi o local da agressão, no entanto, está com medo de acionar a polícia.

“Ela falou onde é a distribuidora e contou tudo. Quando eu falei que ia chamar a polícia ou fazer a denúncia, ela disse que não era para mexer com o cara porque ele era perigoso. Então, eu tenho temor. Até então estava pensando em fazer ou não a denúncia”, disse a irmã.

Com a repercussão, a família disse já ter sido procurada por pessoas que representariam um grupo de ativistas de direitos humanos ligados a uma universidade. “Eles ficaram de ajudar a gente com a denúncia”, informou.

O G1 tentou contato com a delegada de plantão na Delegacia de Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) neste domingo para saber se, mesmo sem a denúncia formalizada, é possível alguma investigação, mas não obteve sucesso.

Pedido de ajuda

A irmã da vítima conta que ela já passou por outros tipos de agressão e que já foi internada para tratamento. Sem condições financeiras, a família busca ajuda para novamente levar a mulher para uma clínica.

A mulher, que tem um filho, mora no mesmo quintal da mãe idosa e que não tem condições financeiras para bancar a internação.

“O mais importante agora é a gente conseguir ajudá-la a arrumar uma clínica e lugar para ficar. Porque ela continua indo para a rua, no crack, provavelmente. A gente conversa com ela, fala, mas não adianta”, afirmou.

Uma campanha foi lançada na internet para conseguir o dinheiro para bancar o tratamento, que, segundo a advogada, a irmã está de acordo.

“Nos últimos cinco anos, ela passou a ficar com mais frequência na rua. Quero tirar ela da rua para não sofrer mais este tipo de agressão, porque uma pessoa que fica assim, ela é suscetível a acontecer isso”, pediu a irmã.

 

*Com informações do G1*