Motoristas de aplicativo de Manaus fizeram fila nesta segunda-feira (04) para devolverem os carros para uma empresa de locação de veículos na Praça 14, zona Sul de Manaus. A decisão dos profissionais é motivada pelo baixo movimento nas corridas após a Justiça ter decretado lockdown na capital amazonense por conta da alta de casos de covid-19.
Segundo Tiago Rodrigues, representante dos motoristas de aplicativo, Manaus possui de 40 mil a 50 mil motoristas cadastrados nos aplicativos de corrida. Até o momento, ainda não se tem o número exato de motoristas que já entregaram os carros. “Ainda não temos como ter uma noção do prejuízo, mas todos os motoristas estão sendo afetados financeiramente com o fechamento total do comércio. Tem motorista que está tirando R$ 100 o dia todo”.
Tiago explica que o aluguel de carros para a prática de transporte por aplicativo tem uma variação no período de pagamento. “Tem motoristas que pagam semanalmente, quinzenalmente ou a cada 10 dias para os proprietários dos veículos ou para as locadoras de carros. Os carros vão sendo devolvidos conforme o motorista não for conseguindo pagar. Estamos com um número bem expressivo de motoristas que estão largando os carros devido ao lockdown”.
A categoria afirma que a determinação da Justiça do último sábado (02) e o decreto governamental publicado nesta segunda-feira (04) afetam diretamente a rotina de trabalho dos motoristas. Eles alegam também que as plataformas estão com taxas elevadas e que as corridas estão desvalorizadas.
Início da pandemia
Tiago Rodrigues disse que no início da pandemia, entre março e abril em Manaus, houve um grande impacto na renda dos motoristas de aplicativo, com prejuízos de 20% a 30% para motoristas, e em casos extremos até de 100% para outros.
“Foi passando a pandemia, foi reestabilizando o comércio, as coisas voltaram a funcionar. Próximo da eleição, nós tivemos um aumento bem significativo de corridas, já estava tudo voltando ao normal. Com o lockdown de agora, nós voltamos a estaca zero, vai se reiniciar o processo de quebra de mercado, de corrida e de faturamento. Quando acontece isso, você começa a não pagar as suas dívidas, a não conseguir pagar o carro, fica difícil até pra pagar a gasolina que tá R$ 4,59”, disse Tiago.
O representante dos motoristas ressalta que a alta da gasolina, somada às tarifas altas dos aplicativos, sem corrida e com o mercado parado, dificulta com que a categoria se mantenha de pé para atuar e pagar as contas.
