O médico George Lins se tornou o primeiro cirurgião urologista do Amazonas a obter a Certificação em Cirurgia Robótica da empresa norte-americana Intuitive Surgical. George Lins, que é urologista do quadro da Fundação Centro de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (Susam), e que assumirá a gerência do serviço de urologia da unidade hospitalar, recebeu o certificado no último dia 08 de março, em Bogotá, Colômbia.
Segundo George Lins, o seu contato com a cirurgia robótica surgiu durante o seu fellowship em Uro-Oncologia no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), realizado de 2015 a 2017. Nesta instituição, ele recebeu treinamento em cirurgia robótica e laparoscópica com foco para o tratamento das neoplasias do trato geniturinário, referente aos órgãos genitais e urinários.
“Meu projeto profissional foi focar no meu aprendizado em cirurgia robótica e laparoscópica para trazer toda essa experiência para Manaus. Após a conclusão do fellowship, iniciei o processo de certificação, com o apoio incondicional do Hospital 9 de Julho, que é um dos mais bem equipados complexos hospitalares da América Latina, com os mais modernos sistemas de monitoramento do mundo, e 22 salas cirúrgicas, dentre as quais operando com três robôs da Vinci”, contou George.
Entre as etapas para obtenção do certificado, George Lins passou por uma prova online do site oficial da Intuitive Surgical, na qual precisava obter mais de 80% de acerto nas questões aplicadas, horas de simulação realística em cirurgia robótica, participação e realização de cirurgias propriamente ditas, treinamento in-service no Hospital 9 de Julho, e por fim, a etapa final realizada no Centro de Treinamento da Intuitive Surgical na América Latina, em Bogotá, no dia 08 de março, onde o especialista obteve a aprovação e se tornou o primeiro cirurgião urologista a ter tal certificação no Amazonas.
Projetos para a FCecon – Aliado ao conhecimento que obteve, o médico aposta em novas conquistas dentro da fundação, especialmente pelo momento em que assume a gerência do setor de urologia. Uma de suas apostas é a sala inteligente que a FCecon dispõe, voltada para procedimentos minimamente invasivos. A sala inteligente possui um sistema para realização de cirurgias laparoscópicas, e uma estrutura capaz de abrigar a plataforma robótica.
“A sala foi preparada para isso, houve um estudo e mapeamento sobre essas questões para poder instalar futuramente a plataforma robótica na FCecon. Com a minha certificação internacional em cirurgia robótica, a fundação pode oferecer essa alternativa para nossos pacientes com câncer atendidos pelo sistema de saúde pública”, explicou George Lins.
O diretor-presidente da FCecon, médico mastologista Gerson Mourão, aposta no avanço do tratamento de saúde na fundação, que é referência na região Norte no tratamento de neoplasias malignas. “A conquista do George é comemorada por todo o corpo técnico da fundação, que enxerga com bons olhos toda essa experiência adquirida, que pode ser aplicada em nossa unidade hospitalar para aprimorar o tratamento que oferecemos aqui. A FCecon tem muito a ganhar com toda essa base de conhecimento que o George vem trazendo e aplicando na sua rotina como médico especialista da casa”.
Aprimoramento do tratamento cirúrgico – De acordo com George Lins, a cirurgia robótica é para muitos considerada uma espécie de tratamento do futuro. Em sua visão, o uso de robôs é algo do presente, pois no Brasil houve, nos últimos anos, um crescimento exponencial do número de plataformas robóticas Da Vinci em vários hospitais da rede pública e privada do país.
A consagração do uso da plataforma robótica na urologia veio com a realização de Prostatatectomia Radical, que é uma cirurgia para a remoção completa da próstata. O procedimento é utilizado como forma de tratamento do câncer de próstata. Nos EUA, 90% das prostatectomias radicais são realizadas com a tecnologia robótica.
“Existem vários estudos que mostram excelentes resultados oncológicos e funcionais, como a recuperação precoce da continência urinária e da potência sexual, possibilitando a cura dos pacientes sem interferência na qualidade de vida. No Instituto do Câncer de São Paulo, um grupo de cirurgiões robóticos, capitaneado pelo urologista Rafael Ferreira Coelho, desenvolveu um estudo publicado no European Urology, periódico científico de maior fator de impacto na área da urologia, que retratava a aplicação de uma modificação da técnica cirúrgica padrão da prostatectomia radical em 128 pacientes com diagnóstico de câncer de próstata localizado e localmente avançado”.
Segundo o especialista, o estudo apresentou que 53% dos pacientes ficaram potentes sexualmente já no primeiro mês de pós-operatório e 86% em até um ano passaram a ter ereção. Os resultados quanto à continência urinária também mostram uma grande evolução: 85,9% ficaram continentes imediatamente após a retirada da sonda, e após um ano esse número evoluiu para 98,4%.
O uso do equipamento de cirurgia robótica vem agregando de maneira substancial no tratamento do câncer de próstata por conta dos benefícios da plataforma. A precisão do braço robótico, que filtra os movimentos exercidos pelo cirurgião, a visão tridimensional ampliada, possibilitando resultados funcionais e oncológicos mais eficientes.
*Com informações da assessoria*