O presidente Jair Bolsonaro exonerou, nesta terça-feira (20), Silvinei Vasques, da função de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Em novembro, Vasques se tornou réu por improbidade administrativa, acusado de fazer campanha para Bolsonaro durante a disputa presidencial deste ano, entre agosto e outubro. Na ocasião, o Ministério Público Federal (MPF) pediu o afastamento imediato de Silvinei Vasques do cargo.
Durante a realização do segundo turno das eleições, em 30 de outubro, a PRF realizou operações em diversas estradas. Eleitores reclamaram que a atuação dificultou a locomoção para os locais de votação.
Vasques também é investigado pela Polícia Federal por suposta omissão para impedir os bloqueios nas estradas federais após as eleições e demora para agir na dissolução das manifestações. Além disso, teria montado barreiras durante a votação do segundo turno, especialmente em rodovias do Nordeste, para abordar ônibus com eleitores, descumprindo decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O diretor-geral da PRF, desde o começo das eleições, fez postagens em redes sociais com mensagens de cunho eleitoral. Ele chegou a pedir explicitamente voto para o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), fato que gerou repercussão nas redes sociais e foi noticiado pela imprensa na época.
Diretores da Polícia Rodoviária Federal negaram falta de ação do órgão para impedir que manifestantes insatisfeitos com a derrota eleitoral de Bolsonaro interditassem o tráfego de veículos em trechos de algumas das principais rodovias federais do país.
Para o MPF, os atos já seriam extremamente graves se tivessem se restringido ao âmbito interno da Polícia Rodoviária Federal, em vista dos poderes administrativos e hierárquicos exercidos pelo diretor-geral.
(*) Com informações da CNN Brasil e Agência Brasil