Jovens são vítimas de importunação sexual por homem que entregava panfleto religioso

O crime aconteceu em abril, porém só foi divulgado nessa segunda-feira (2).

Foto: Divulgação.

Duas jovens foram vítimas de importunação sexual, dentro de um transporte coletivo da linha 214, durante o trajeto Conjunto Hileia/Centro de Manaus. O crime aconteceu no dia 22 de abril, no entanto, as vítimas criaram coragem e divulgaram os vídeos somente nesse segunda-feira (2). No vídeo, é possível ver o momento em que o homem se masturba ao lado das meninas.

Em entrevista a um jornal local, uma das vítimas relatou que antes do crime acontecer, o homem se aproximou e entregou um panfleto religioso, dizendo que Jesus voltaria.

“Ele entregou o panfleto, aceitamos e continuamos conversando normalmente. Foi quando abaixei a cabeça para ler o panfleto, então senti ela [a amiga] me cutucando para olhar para o lado, e quando olhei me deparei com essa cena ridícula e absurda. Pensei rapidamente em gravar, porque se ver uma viatura, não vai ser apenas palavras, mas terei provas”, relata a vítima.

A jovem relata que em seguida, começou a gritar para que o suspeito saísse do veículo, foi nesse momento que o motorista e outras pessoas perceberam a gravidade da situação.

 “Gritei porque queria só que ele parasse e saísse daquele lugar. Então pedi para o motorista abrir [a porta], e ele abriu no mesmo momento. Eu fiquei perto da porta gritando com ele, pedindo para ele sair várias vezes. Ele pediu ‘desculpas’, só que não aceitei, então ele desceu meio correndo nem olhando pra trás […] Ninguém nos ajudou. Os dois que estavam na frente perguntaram porque eu estava gritando daquele jeito com o cara, e eu falei. Só me ‘parabenizaram’ pela atitude, mas ninguém fez nada, até minha amiga ficou em choque”, continua.

A vítima aponta que foi encorajada por uma amiga a denunciar o crime, e que não havia registrado o boletim de ocorrência por não acreditar na Justiça.

“Estava falando sobre o assunto com uma amiga e então fiquei encorajada a falar, alertar outras mulheres, porque creio que não fui a primeira e única que passou por isso. Eu estou cansada de ver esse tipo de situação e ninguém fazer nada, estou cansada desses doentes não serem punidos. Não quero que isso aconteça mais com nenhuma mulher, não quero que passem por situações constrangedoras assim. Estou cansada de falar e não ser ouvida”, desabafou a jovem.

(*) Com informações da Agência Brasil de Notícias