Wilker Barreto prepara campo para Amazonino Mendes no Cidadania

Anúncio do deputado antecipa também a possibilidade de Amazonino entrar para a sigla, já que Wilker é ‘discípulo’ do ex-governador

O ex-governador Amazonino Mendes tem encontrado dificuldades em se filiar a um partido para as eleições de outubro deste ano. Porém, o anúncio de filiação do deputado Wilker Barreto ao Cidadania pode sinalizar um desfecho para a questão.

Aos passos do Mestre

Wilker, que é declaradamente um seguidor do político veterano, já afirmava que seguiria Amazonino “onde fosse”. A escolha do Cidadania – hoje confederado ao PSDB –  significaria também a derrota da resistência de Plínio Valério no embate com Arthur Neto em trazer o ex-governador para o ninho tucano.

Aproveitando o início do expediente desta quinta-feira (17) na Assembeia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado estadual Wilker Barreto (sem partido), usou a tribuna para anunciar seu destino partidário. Wilker relembrou que durante toda sua vida pública só teve um partido, que foi o extinto PHS, fundido hoje com o Podemos, partido pelo qual foi eleito em 2018 a deputado estadual e deixou após Abdala Fraxe – da base governista – assumir a liderança.

Amargando na ideia de que o Podemos se rendeu à base governista de Wilson Lima na Aleam, Wilker Barreto afirmou durante essa manhã que bateu o martelo para o Cidadania por ele ser uma legenda de oposição ao governo que ele descreve como “corrupto”.

“Dermilson, essa manhã eu bati o martelo e decidi me filiar ao Cidadania. Eu tenho muito orgulho em dizer que só tive um partido durante toda a minha vida pública, que foi o PHS, fui vereador pelo partido e em 2018 quando ele se fundiu ao Podemos, fui eleito deputado estadual. Eu já vinha conversando com direção nacional e regional do partido há um tempo e hoje entro no partido por ele ser de oposição a esse governo corrupto”, declarou o deputado.

Crises no ninho

Sob o teto de muita crise na direção nacional do PSDB em relação a partidos escolhidos para fazer parte das federações partidárias deste ano, somente o Cidadania foi oficializado como uma das siglas a fazerem parte do bloco para essas eleições. Trazendo para o cenário estadual, o cálculo base traz duas variáveis: ou Amazonino disputa prévias com Plínio Valério para ser candidato a Governo do Amazonas pela federação tucana, ou um dos candidatos deixa a legenda por divergências internas.

“Eu acredito nos projetos que o ex-governador tem para o Amazonas, tenho uma forte ligação com ele e devo acompanhá-lo onde ele for”, declarava Wilker durante o anúncio de sua desfiliação do Podemos.

Caso as negociações com o PSDB não vinguem, o ex-governador teria a difícil missão de encontrar um partido que abrigue sua candidatura, a poucas semanas do fechamento da janela partidária. Dentre os possíveis partidos estão o Partido Verde (PV), do presidente da Aleam, Roberto Cidade; o Partido Republicano da Ordem Social (Pros), de José Melo e Henrique Oliveira; o Patriota e o Podemos, do qual Amazonino saiu após perder as eleições para a prefeitura de Manaus em 2020 e a sigla declarar apoio ao governador Wilson Lima alguns meses depois, levando consigo alguns aliados como os deputados estaduais Dermilson Chagas e Wilker Barreto. O partido terá o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, como candidato à presidência da República.

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(*) Com informações da Agência Brasil de Notícias