O Supremo Tribunal da Coreia do Sul confirmou hoje (14) a condenação da ex-presidente Park Geun-hye a 20 anos de prisão, num caso de corrupção que levou à sua destituição, em 2017.
A decisão encerra um longo processo judicial após a destituição de Park, precedida de meses de protestos nas ruas.
Primeira mulher eleita para o cargo na Coreia do Sul, Park tinha sido condenada em 2018 a 30 anos de prisão por corrupção e abuso de poder.
Os tribunais viriam a reduzir a pena a 20 anos de prisão, na sequência de uma série de recursos da defesa.
O Supremo Tribunal aprovou igualmente as multas a serem pagas pela antiga chefe de Estado, no valor de 21,5 mil milhões de won (16 milhões de euros).
Park foi ainda condenada a dois anos de prisão por infrações às leis eleitorais.
Se cumprir integralmente as duas penas, a ex-presidente terá mais de 80 anos quando for libertada.
Entenda o caso
Park tinha admitido ter recebido ou pedido dezenas de milhões de dólares de empresas sul-coreanas, incluindo a Samsung Electronics, além de compartilhar documentos secretos e ter organizado uma “lista” de artistas críticos das suas políticas, ou ainda de ter demitido responsáveis que se opuseram aos seus abusos de poder.
A Justiça da Coreia do Sul é conhecida pela severidade em relação a antigos chefes de Estado. Quatro dos ex-presidentes ainda vivos foram condenados após o fim de seus mandatos.
O antigo chefe de Estado Roh Moo-hyun suicidou-se em 2009, após ter sido questionado sobre suspeitas de corrupção que envolviam sua família.
Há algumas semanas, o líder do Partido Democrata, atualmente no poder, Lee Nak-yon, admitiu propor o perdão a Park e a Lee Myung-bak, outro ex-presidente condenado, mas as declarações suscitaram protestos tanto da direita quanto da esquerda.