Detalhes do livro escrito da prisão pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, da prisão que foram revelados nesta sexta-feira (8) pela coluna Radar, de Robson Bonin, na revista Veja, deixa de fora, até o momento, um personagem que teve papel central no golpe que depôs Dilma Rousseff (PT) e resultou na eleição de Jair Bolsonaro (Sem partido, ex-PSL) em 2018, segundo o deputado Rogério Correia (PT-MG).
“Qualquer análise sobre o que foi o golpe no Brasil que derrubou a presidenta Dilma tem que levar em conta o papel central que teve o deputado Aécio Neves. Derrotado nas eleições, passou a incitar e organizar na calada do Congresso Nacional contra Dilma. Assim, ele uniu Eduardo Cunha e Temer com as elites brasileiras que possuem conluio com as elites financeiras para que articulassem e comprassem os votos que fossem definidores no processo [de impeachment]”, disse Correia à Fórum.
Leia também: Militares ligam alerta após ameaça de Bolsonaro sobre distúrbios dos EUA
Conhecedor dos bastidores da política mineira há décadas, o deputado diz que a ação golpista de Aécio voltou-se contra o próprio político, que hoje vive no ostracismo da Câmara Federal.
“Aécio Neves era conhecedor de tudo isso, tano na forma de agir, quanto na forma sorrateira de articular ali no Congresso Nacional. Com certeza ele foi peça chave nesse golpe e hoje está no ostracismo da política. É uma espécie de deputado fantasma”.
Grande conspirador
No livro, com 740 páginas, que tem como título “Tchau Querida, o Diário do Impeachment” e está em fase final de revisão textual, Eduardo Cunha diz que Michel Temer, então vice-presidente, foi o “grande conspirador” do golpe.
“Cunha conta em detalhes como o vice de Dilma atuou ativamente para tomar o lugar da petista”, diz o jornalista da Veja.
Além de Temer, o livro deve trazer revelações bombásticas sobre a atuação de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiu a presidência da Câmara logo após a deposição da então presidenta.
*Com informações da Revista Fórum*