Gilmar Mendes diz que incentivo de Bolsonaro à invasão de hospitais é crime

Depois da fala do presidente, foram registrados episódios de invasão de hospitais pelo país, inclusive algumas protagonizadas por parlamentares.

Gilmar Mendes diz que incentivo de Bolsonaro à invasão de hospitais é crime
Foto: José Cruz / Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse, em uma rede social, que a invasão de hospitais, assim como o incentivo a esse tipo de ação, representa um crime. A afirmação é uma resposta direta ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que encorajou seus apoiadores a entrarem em hospitais para verificar a ocupação de leitos.

“Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente”, afirmou o ministro.

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“É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, disparou ele, sem citar o nome do presidente.

Em transmissão ao vivo no Facebook, Bolsonaro sugeriu a ação como forma de verificar se o dinheiro público estaria sendo bem aplicado.

“Tem um hospital de campanha perto de você, tem um hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente tá fazendo isso, mas mais gente tem que fazer, para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não”, pregou o presidente.

Depois da fala, foram registrados episódios de invasão de hospitais pelo país, inclusive algumas protagonizadas por parlamentares. Na última sexta-feira (12), em Fortaleza (CE), vereadores invadiram hospital de campanha do estádio Presidente Vargas (PV).

No último sábado (13), deputados estaduais do Espírito Santo fizeram “visita surpresa” ao Hospital Dório Silva, no município de Serra, região metropolitana de Vitória. Segundo um deles, Torino Marques (PSL), que divulgou a ação em suas redes sociais, o objetivo era mostrar a “realidade da situação por dentro”

No Rio de Janeiro, na quinta-feira (14), o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla teve computadores, placas de sinalização e portas estragadas e houve tentativa de invasão de leitos. Em nota, a administração afirmou que eles eram familiares de uma vítima da Covid-19 — fontes ouvidas pelo Globo contaram que eles queriam confirmar se os leitos estavam de fato ocupados.

*Com informações do Metrópoles*