Alexandre de Moraes assume como membro do TSE em posse-relâmpago

O presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia por videoconferência. Solenidade ocorreu após série de desentendimentos entre os dois.

Reprodução: FolhaPe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou posse como membro efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no fim da tarde desta terça-feira (02/05). Por causa da pandemia de coronavírus, o evento foi realizado por videoconferência, e extremamente rápido: nem discursos ocorreram.

Apenas o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, fez uma breve saudação. Ele elogiou o colega de toga e alertou: “Seja bem-vindo a este ano, que vai ser dureza, pelas incertezas que temos pela frente”.

Moraes foi eleito para a cadeira na sessão do último dia 21 do plenário do STF, para o biênio 2020/2022, na vaga aberta pelo término do mandato da ministra Rosa Weber, que ocupava a presidência até a posse do ministro Barroso, no último dia 25.

A presença de Moraes como membro do TSE é aguardada com expectativa por aliados e rivais do presidente Jair Bolsonaro, pois ele terá voto na decisão de reabrir ou não a fase de produção de provas das ações que apuram na Corte eleitoral a utilização de uma rede de fake news nas eleições de 2018.

O ministro conduz o inquérito do STF que investiga divulgação de notícias falsas sobre membros da Suprema Corte. Na última deflagração de operação da Polícia Federal autorizada por ele, empresários, bolsonaristas e políticos foram alvos.

A medida gerou enorme desgaste entre Moraes e Bolsonaro. O chefe do Executivo federal participou da cerimônia virtual por videoconferência. Contudo, não se manifestou.

A posse contou ainda com a presença dos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além do procurador-geral da República, Augusto Aras.

De acordo com a Constituição Federal, o TSE é composto por, no mínimo, sete ministros efetivos: três do STF, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois juristas nomeados pelo presidente da República entre advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, a partir de lista tríplice indicada pelo STF.

Os ministros são eleitos para um biênio, e é proibida a recondução após dois biênios consecutivos.