Bolsonaro ataca Moraes e diz que ministro entrou no STF por “amizade”

A ofensiva ocorre depois que o membro da Corte barrou a nomeação de Alexandre Ramagem, delegado e amigo de Bolsonaro, para o comando da Polícia Federal.

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) elevou o tom das críticas ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e disse hoje que ele chegou ao topo da estrutura do Judiciário por “amizade” com o ex-presidente Michel Temer (MDB).

A ofensiva ocorre depois que o membro da Corte barrou a nomeação de Alexandre Ramagem, delegado e amigo de Bolsonaro, para o comando da Polícia Federal.

A relação entre os dois é um dos argumentos no veto à nomeação, pois, segundo entendimento parcial, estaria em desacordo com o princípio da impessoalidade, fundamental ao serviço público.

Para o presidente, no entanto, “não justifica a questão da impessoalidade”. “Como é que o senhor Alexandre de Moraes foi para o Supremo? Amizade com o senhor Michel Temer. Ou não foi?”, questionou ele, na manhã de hoje, pouco antes de viajar a Porto Alegre, onde cumprirá agenda oficial.

Bolsonaro disse que, mesmo “chateado”, cumpriu a determinação judicial. De acordo com o mandatário, ele “não engoliu” a decisão e cobrou de Moraes uma resposta rápida a fim de que o governo possa definir um eventual substituto final para o cargo de diretor-geral da PF.

Como a determinação do Supremo é liminar, isto é, ainda não tem efeito definitivo, o assunto será analisado e julgado pela Corte no decorrer da ação que questiona a escolha de Ramagem.

Como a guerra ainda não foi perdida, e sim apenas a batalha inicial, Bolsonaro quer celeridade para saber se, ao fim do rito processual, será realmente obrigado a desistir de nomear o amigo pessoal.

“A AGU [Advocacia-Geral da União] vai recorrer. Espero que [a decisão final] seja tão rápida quanto a liminar. No mínimo, espero do senhor Alexandre de Moraes rapidez para a gente tomar providências”.

*Com informações da UOL*