Sikêra Jr é acusado de machismo e disseminação de ódio em suas redes sociais

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se manifestou sobre o caso.

Foto: Reprodução/Internet

O apresentador do Alerta Amazonas, Sikêra Júnior, tem feito declarações polêmicas contra a classe dos jornalistas. Desde o último domingo (1), ele tem utilizado suas redes sociais para criticar o que ele chama de “patrulha ideológica” que dominou o jornalismo. Sikêra atacou, também, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas (SJP-AM), Auxiliadora Tupinambá. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) se manifestou sobre o caso.

Tudo começou quando Sikêra Júnior divulgava vagas de empregos abertas da emissora TV Crítica. Ele aproveitou a oportunidade para anunciar que aquilo era apenas o começo de um processo de mudanças, e que a “patrulha ideológica que dominou algumas redações estaria com os dias contados”. O jornalista afirmou que na maioria dos jornais e das TVs tem aqueles que “escrevem contra o país” e os “que só querem atrapalhar”.

Após esse episódio, o Sindicato dos Jornalistas do Amazonas publicou uma nota de repúdio às declarações feitas pelo apresentador da TV A Crítica, alegando que “o apresentador José Siqueira Barros Junior tenta desqualificar os profissionais de jornalismo“ e que ele “agride a função social e ética do jornalismo e dos jornalistas”.

Ainda em nota, o SJP-AM diz que a forma de Sikêra atuar no jornalismo, faz com que o público fique a favor de uma determinada ideologia para trabalharem, supostamente a favor dela. E, segundo a nota, “isso é tudo aquilo que o jornalismo não é.­­­­”

Leia a nota do SJP-AM na íntegra:

Em seguida, o apresentador, que também é conhecido por não ter papas na língua, expôs a presidente do SJP-AM. Em seu perfil no Instagram, ele escreveu: “essa é Dora Tupinambá, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas. A que fez nota de repúdio contra mim! Tá explicado”, concluiu.

O comentário se refere as legendas que estão junto a duas publicações de Dora, que dizem “Mulher não vota em Bolsonaro” e “Ele não”. A presidente foi agredida virtualmente pelos seguidores do Sikêra. A Fenaj emitiu, na manhã desta quinta-feira (5), uma nota de solidariedade à Dora Tupinambá, afirmando que a mesma foi vítima de ataques machistas e de ódio destilado por meio das redes sociais nesta quarta-feira (4).

Ainda na nota, a federação destaca que “Sikêra Júnior é conhecido nacionalmente por expor, nos programas que apresenta, seu machismo, sexismo e misoginia – condutas intoleráveis a um profissional do Jornalismo e que ferem o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Em 2018, quando trabalhava na TV Arapuan, na Paraíba, o apresentador agrediu, em seu programa, uma jornalista e cantora de rap paraibana por ela ter se posicionado de maneira contrária às suas falas machistas”.

A Fenaj também reforçou que as emissoras de televisão são concessões públicas e, portanto, seus funcionários devem cumprir a legislação brasileira e os tratados internacionais de Direitos Humanos dos quais o Brasil é signatário. “A Comissão de Mulheres da FENAJ exige da TV A Crítica que tome providências com relação ao comportamento de Sikêra Júnior, que costumeiramente destila preconceito e ódio por onde passa”, pressionou a federação.

Confira a nota da Fenaj na íntegra: