Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes no biênio 2017/2018 estimam que mais de 80 mil amputações serão realizadas no Brasil em pacientes portadores de pé diabético. De acordo com pesquisas realizadas no Brasil, a diabetes mellitus (DM) tipo 2 coloca o país entre os quatro primeiros em relação à prevalência de DM em nível mundial.
Em meio a essa realidade, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) colocou, na manhã desta segunda-feira (18/03), o Amazonas como o 13º centro de pesquisa do estudo multicêntrico “Avaliação da eficácia e segurança do fator de crescimento epidérmico recombinante (FCEhr) intralesional em participantes com úlcera de pé diabético no Brasil” e ajudará a atingir o objetivo da pesquisa de avaliar a resposta do medicamento Heberprot® em pacientes portadores de pé diabético.
De acordo o reitor da UEA, Cleinaldo Costa, essa é uma forma da Universidade contribuir com a validação de uma pesquisa extremamente importante tanto para a população amazonense quanto para o Brasil.
“Guilherme Pita e Jackson Caiafa são dois professores de referência internacional que estarão aqui participando da qualificação dos profissionais do Amazonas. Dessa maneira vamos salvar vidas e prevenir amputações por meio da prevenção e do tratamento precoce do pé diabético, o que é uma preocupação e uma prioridade de gestão manifestada pelo secretário de Saúde e vice-governador, Carlos Almeida Filho”, enfatizou Costa.
Desde o ano 2015, a UEA realiza o Simpósio Multidisciplinar do Pé Diabético. A iniciativa da Universidade está de acordo com sua preocupação em superar os problemas e desafios que a doença provoca em seus pacientes e ganhará ainda mais força com essa nova medida que a UEA adota em parceria com a FHAJ e Fiocruz.
Sabrina Henriques, coordenadora do estudo patrocinado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), destaca a participação da UEA no desenvolvimento da pesquisa em todo o país. “O Amazonas está sendo representado por meio da UEA, através da solicitação da Reitoria para conduzir o estudo no estado. Ao todo, cerca de 304 pacientes receberão o tratamento por entidades e profissionais envolvidos na pesquisa”, explicou a coordenadora, informando que o estudo será realizado em pacientes da Fundação Hospital Adriano Jorge, unidade de saúde vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (Susam).
Segundo Rosane Will, membro da equipe de monitoria da Bio-Manguinhos/Fiocruz, a adesão da equipe local no projeto, que já está em implantação em vários estados brasileiros, é um grande sinalizador da responsabilidade e do compromisso social que este projeto possui. “O paciente diabético em Manaus é uma preocupação que nos sensibiliza enquanto gestores e um problema social que merece uma atenção especial, por se tratar de uma proporção bastante significativa na sociedade”, destacou.
Para o diretor do Instituto Leônidas & Maria Deane ILMD/Fiocruz Amazônia, Sérgio Luiz Bessa Luz, este é um momento satisfatório onde as instituições envolvidas podem articular soluções para um problema comum na saúde pública. “A integração da UEA, FHAJ e Fiocruz tem uma importância fundamental na capacitação dos profissionais de saúde que atuam nos estudos, que vão transformar ciência em prática para benefício da população”.
Até quarta-feira (20/03), a equipe de monitoria, coordenação médico-cientifica e a coordenação do estudo realizará o treinamento dos profissionais que executarão o ensaio clínico. A programação acontece na Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), localizada na Praça General Carneiro, 2.106, Cachoeirinha, zona sul.
Sobre o Heberprot® – O Heberprot® é uma medicação com princípio ativo fator de crescimento epidérmico humano recombinante, injetável, intralesional para tratamento de úlceras de pé diabético. O detentor desta tecnologia e parceiro da Bio-Manguinhos/Fiocruz neste estudo clínico é o Centro de Ingeneria Genetica e Biotecnologia de Cuba (CIGB/Cuba). Com a aprovação deste medicamento, a Bio-Manguinhos/Fiocruz espera contribuir com o Sistema Único de Saúde (SUS). A associação tem condições de produzi-lo em suas dependências, sintetizando o custo para a saúde pública e diminuindo os números de amputações por pé diabético no Brasil.
Números na região Norte preocupam – Segundo o Ministério da Saúde (MS) as maiores taxas de mortalidade por diabetes, aumentam de acordo com o crescimento da faixa etária. O que significa que a diabetes será responsável por cerca 21,8% da causa de morte de entre os idosos de 60 anos ou mais na região Norte.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes. Ainda de acordo com o estudo, a taxa de incidência da doença cresceu 61,8% nos últimos dez anos. A melhor forma de prevenir a doença é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas.
*Com informações da assessoria*