Evo Morales renuncia à presidência da Bolívia após pedido das Forças Armadas

Após um pedido da Forças Armadas, Evo Morales renunciou neste domingo (10) ao cargo de presidente da Bolívia. O anúncio foi feito em rede nacional. Mais cedo, o ex-presidente havia decidido convocar novas eleições.

Morales estava sendo pressionado por protestos em todo o país, após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter afirmado que houve irregularidades no pleito realizado no dia 20 de outubro. Durante as manifestações, duas pessoas morreram e cerca de 160 ficaram feridas.

Evo foi eleito em primeiro turno – ele teve 47,07% dos votos, e Carlos Mesa, o segundo colocado, 36,51%. No dia 30 de outubro, 10 dias após as eleições gerais, o governo da Bolívia e a OEA fecharam um acordo para a realização da auditoria da votação.

Forças Armadas

Segundo a agência Associated Press, o comandante das Forças Armadas da Bolívia, Williams Kaliman, pediu a renúncia de Evo Morales pela “paz no país”.

Antes, o Alto Comando Militar da Bolívia ordenou operações militares aéreas e terrestres para neutralizar grupos armados irregulares, supostamente alinhados ao governo, que estão atacando manifestantes opositores que se deslocam a La Paz para aumentar a pressão social contra o governo.

Brasil

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) sugere, em nota divulgada neste domingo (10), que as novas eleições presidenciais na Bolívia contem com “observação internacional em todas as etapas do processo” para a garantia de “transparência e legitimidade”.

“O Brasil estima que o novo sufrágio deve ser dotado de todas as condições para assegurar sua absoluta transparência e legitimidade. Nesse sentido, o novo sufrágio deve ser presidido por autoridades reconhecidas por sua honorabilidade e credibilidade para garantir o soberano desejo dos bolivianos, e contar com observação internacional em todas as etapas do processo”, diz a nota do Itamaraty.

*Com informações do Metrópoles*